quinta-feira, 30 de setembro de 2010

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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Fungos e a qualidade sanitária das areias de praia

Isabela Cristina S.S.Madeira

Bióloga.


Fungos são organismos onipresentes encontrados em vegetais, animais, homem, detritos, água, ar e, em abundância no solo, são participantes ativos do ciclo dos elementos na natureza. Sua dispersão é feita através de animais, homem, insetos, água e, principalmente, pelo ar atmosférico, e através vento (SILVA 2006).
Muitos fungos apresentam característica patogênica, ou seja, capacidade de infectar o homem, animais ou vegetais, causando-lhe micoses do tipo superficiais, cutâneas, subcutâneas, sistêmicas e/ou oportunistas (LACAZ et al., 2002; TORTORA et al., 2000; TRABULSI et al., 1999).
Pessoas em suas atividades de lazer nas praias mantêm um contato direto com a areia e água, sendo o contato humano uma das principais fontes de contaminação do substrato praiano, juntamente com a água e os animais que dividem o mesmo espaço, pois o homem e os animais transmitem à areia microorganismos de que são portadores e por outro lado produzem resíduos que são o substrato ideal para o desenvolvimento destes microorganismos. (SOUZA et al. 1968; BOLTON et al. 1999; PHILIPP et al. 1994; EFSTRATIOU et al. 2001; REGNIER, 1972).
Além disso, segundo a publicação do Sudanese Journal of Public Health de 2008 a presença de fungos filamentosos em ambiente hipersalino sugere que o mar pode ser considerado uma rota de transmissão possível para fungos filamentosos potencialmente perigosos para a saúde.
As areias e água de praias contaminadas transmitem a seus freqüentadores inúmeros microorganismos como bactérias, fungos e outros parasitos. A contaminação pode ocorrer pela ingestão acidental, levando a mão suja de areia à boca e/ou contato com a pele (MILLER, 1975; KADE, 1975; MAIER et al. 2003).
Segundo Boukai (2007), a qualidade sanitária da areia das praias dos municípios brasileiros não é monitorada e os padrões sanitários provisórios estabelecidos pela Resolução SMAC 81 de 28 de dezembro de 2000, com revisão prevista num prazo de dois anos, ainda não foi efetivada. A qualidade da água é estabelecida através de análise de índices de coliformes fecais (BOUKAI 2007; MAIER et al.2003), porém a análise de outros microorganismos também se faz necessária, já que muitos deles como protozoários, e fungos podem causar doenças em humanos, principalmente crianças e idosos.

Doenças causadas por fungos relacionadas ao verão

O aparecimento das chamadas micoses, se tornam mais comuns no verão e isso se deve as condições de maior umidade e temperatura elevada da estação e por conseqüência o aumento da sudorese, uso de óleos bronzeadores, roupas molhadas e outros fatores que facilitam a proliferação de fungos e a disseminação de doenças.

As micoses são classificadas como:
• superficiais: quando se localizam na camada externa da pele, não costumam trazer maiores problemas para a saúde, sendo de fácil tratamento.
• profundas: Apresentam maior dificuldade no tratamento, porque os fungos se disseminam pela corrente sanguínea e linfática, podendo chegar a atingir órgãos internos, como pulmões e intestinos, ou ossos e sistema nervoso.

Micoses superficiais

Pitiríase versicolor : É a mais comum também chamada de micose de praia ou pano - branco ao contrário do que se pensa,ela não é adquirida propriamente na praia ou na piscina, já que o fungo causador da micose (Malassezia furfur) habita a pele de todas as pessoas, mas somente aquelas que já tem uma predisposição genética, quando submetidas a determinadas condições, desenvolvem a doença.
O motivo pelo qual ela é conhecida como micose de praia é porque a oleosidade natural da pele, normalmente aumenta , por causa do calor, e o uso de produtos oleosos, que favorecem o desenvolvimento da pitiríase versicolor.
Outras micoses mais facilmente adquiridas nos banhos de praia e de piscina, são as tineas ou dermatofitoses, que podem aparecer em várias partes do corpo: virilha, mãos, unhas e pés.

Tinea cruris : Micose que se desenvolve, entre as coxas, na forma de manchas avermelhadas, provocando coceira. Mais comum nos homens, esta micose, se não tratada, pode se alastrar pela região genital. Uma das causas do aparecimento desta micose é ficar muito tempo com roupas de banho molhadas, (sungas).

Frieira ou pé-de-atleta: É uma dermatofitose bastante conhecida e a, que normalmente aparece entre os dedos em forma de rachaduras, ou ainda, na planta dos pés, como pequenas bolhas que descamam, pele esbranquiçada e mole, e coceira. Por isso ao freqüentar clubes, o ideal é evitar o contato com a água parada que fica na entrada de piscinas e chuveiros, porque também favorecem o risco de contaminação, das unhas e dos pés.

Onicomicoses: são as denominadas, micoses de unha, podem se manifestar de diversas formas, como unhas quebradiças, ou mais espessas, duras e grossas. Estas são de difícil tratamento pelo tempo demorado. Uma forma de contágio comum da micose de unha é o uso de alicates e outros materiais de manicure contaminados.

A tinea de couro cabeludo :Micose, muito frequente em crianças em idade escolar. Apresenta-se como uma placa de cabelos picotados, com descamação no centro ou com reação inflamatória. Quando apresenta muito inchaço ou pus, forma o quadro denominado de Kerion celsii, podendo até deixar cicatriz. Por isso o melhor é não compartilhar bonés escovas ou pentes de cabelo.

Como prevenir o aparecimento de micoses?

• Evite usar produtos que aumentem muito a oleosidade da pele;
• Evite andar descalço, principalmente em pisos úmidos ou públicos, como lava-pés, vestiários e saunas;
• Não use objetos pessoais (roupas, calçados, pentes, toalhas, bonés) de outras pessoas;
• Seque-se sempre muito bem após o banho, principalmente as dobras de pele, como axilas, virilha e dedos dos pés;
• Evite ficar com roupas de banho molhadas por muito tempo;
• Nunca se sentar diretamente na areia da praia, para isso sempre utilize uma canga.
• Prefira meias e roupas íntimas de algodão, pois as fibras sintéticas retêm o suor;
• Quando for a manicure ou pedicure, leve seu próprio alicate, lixa e tesoura ou, verifique se os do profissional estão todos esterilizados;
• Evite usar o mesmo sapato dois dias seguidos e, nunca, use a mesma meia antes de lavá-la.

Referências

BOLTON, F.J.; SURMAN, S.B.; MARTIN, K.; WAREING, D.R.; HUMPHREY, T.J. (1999). Presence of Campylobacter and Salmonella in sand from bathing beaches. Epidemiol. Infect. 122(1):7-13.

BOUKAI, N (2007). Qualidade sanitária da areia das praias do município do Riode Janeiro: diagnóstico e estratégia para monitoramento e controle. Programa de Pós-graduação em EngenhariaAmbiental/UERJ. Nº 20070101

EFSTRATIOU, M.A. (2001). Managing coastal bathing water quality: the contribution of microbiology and epidemiology. Mar. Pollut. Bull. 42(6):425:432.

GHINSBERG, R.C.; BAR DOV, L.; ROGOL, M.; SHEINBERG, Y.; NITZAN, Y. (1994). Monitoring of selected bacteria and fungi in sand and sea water along the Tel Aviv coast. Microbios, 77(310):29-40.

LACAZ, C.S.; PORTO, E.; MARTINS, J.E.C.; HEINS-VACCAU, E.M.; MELO, N.T. Tratado de micologia médica. 9.ed. São Paulo:Sarvier., 2002. 1104p

MAIER, L.M; OLIVEIRA, V.R; REZENDE, K.C.R; VIEIRA, V.D.R; CARVALHO, C.R. Avaliação da presença de fungos e bactérias patogênicas nas areias de duas praias de baixo hidrodinamismo e alta ocupação humana no litoral do município do Rio de Janeiro, 2003.

PHILIPP, R.; POND, K.; REES, G. (1994). Medical wastes found on coastline are increasing. BMJ , 309(6952):471.

REGNIER, A.P. & PARK, R.W. (1972). Faecal pollution of our beaches: how serious is the situation ? Nature, 239(5372):408-410.

SOUSA, S.; BORREGAMA, J.; CABRITA, J. (1968), Isolamento de Dermatófitos na Areia da Praia. Trabalhos da Sociedade Portuguesa de Veterinária. 26:67-74.

TRABULSI, L.R.; ALTERTHUM, F.; GOMPERTZ, O.F.; CANDEIAS,J.A.N. Microbiologia. 3.ed. São Paulo: Atheneu, 1999.586p.

TORTORA, J.T.; FUNKE, B.R.; CASE, C.L. Microbiologia. 6.ed.Porto Alegre: Artmed. 2000. 827p.

Sites utilizados
http://www.invivo.fiocruz.br

http://www.doctor fungus.org


Baixe o arquivo em PDF aqui: Fungos

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Mata Atlântica

A Mata Atlântica corresponde a uma estreita faixa de florestas ao longo da costa brasileira, estende-se desde o Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul.
Considerada um dos mais importantes ecossistemas do mundo, a Mata Atlântica protege e regula o fluxo dos mananciais hídricos que abastecem as principais metrópoles do País e centenas de cidades, controla o clima local, garante a fertilidade do solo e a extraordinária beleza de suas paisagens, sobretudo nas regiões da serra do Mar, é um forte atrativo para atividades de ecoturismo.
Suas florestas exibem uma grande diversidade de espécies vegetais e animais, muitos deles endêmicos, isto é, que existem apenas neste ecossistema. Infelizmente estas espécies da flora e fauna encontram-se sob constante ameaça de extinção.
Conhecido nacional e internacionalmente por suas belíssimas paisagens e pela rica biodiversidade, este ecossistema é considerado, hoje, um dos mais ameaçados.
Sua área original, antes grandiosa, encontra-se restrita a alguns remanescentes já bastante fragmentados, vestígios do ecossistema original, que embora aparentemente protegidos pela topografia acidentada da serra do Mar, continuam sendo destruídos para reflorestamento de espécies exóticas (pinus e eucalipto), atacados pela extração ilegal de palmitos e sua fauna vem sendo dizimada por caçadores, o que em curto espaço de tempo, pode levar a seu completo desaparecimento.
O futuro da mata Atlântica depende da preservação dessas áreas remanescentes, permitindo assim a manutenção da qualidade da vida humana.
Pode-se imaginar a Mata Atlântica como sendo estruturada em camadas. Cada uma destas camadas pode ser um hábitat específico para determinadas plantas e animais.
O tronco das árvores, normalmente liso, só se ramifica bem no alto para formar a copa, que nas árvores mais altas tocam-se umas nas outras, formando uma massa de folhas e galhos. Esta parte vem a ser o camada superior, conhecida também como dossel. O bugio e o tucano são exemplos de animais que ocupam essa camada. A maioria das espécies de bromélias e orquídeas que necessitam de uma maior quantidade de luz também ocupam essa camada.
Em uma parte mais baixa, nascem e crescem arbustos e pequenas árvores tais como bambus, samambaias gigantes (xaxins), liquens e outras espécies, que toleram menos quantidade de luz. Esta parte constitui-se no que se chama de sub-bosque. A maioria das espécies de aves ocupa essa camada da floresta
É importante ressaltar que tanto nas árvores mais altas como nas mais baixas, encontram-se várias outras espécies de plantas, tais como cipós, bromélias e orquídeas.
As folhas que caem das árvores, bem como os galhos secos que se desprendem e os troncos das árvores que morrem vão se acumulando no chão da floresta e criam um ambiente muito especial, que se constitui no hábitat para muitos animais e microorganismos, como fungos e bactérias, que são os principais responsáveis pelo processo de decomposição de toda esta matéria morta, que são transformados em nutrientes para manter o vigor e crescimento das árvores e outras plantas. Esta camada de materiais em decomposição recebe o nome de serapilheira.
A serapilheira tem também uma importante função de proteger o solo da floresta: evita a erosão e mantém a umidade. O solo úmido absorve melhor a água das chuvas, o que torna possível a recarga do lençol freático, evitando que as nascentes sequem.
Certas espécies de répteis e anfíbios têm uma adaptação especial para ocupar esta camada da floresta: apresentam uma coloração que se confunde com o ambiente das folhas secas, tornando-se assim “invisíveis”. É uma estratégia de defesa contra ação de predadores









ECOSSISTEMAS DA MATA ATLÂNTICA

A temperatura, a freqüência das chuvas, a altitude, a proximidade do oceano e a composição do solo determinam as variações de vegetação que definem os diferentes ecossistemas que constituem a Mata Atlântica.
Certos animais têm adaptações para viverem em apenas um desses ecossistemas, isto é, num ambiente com determinadas características. A diversidade biológica (biodiversidade) de todos os ecossistemas ou em apenas um deles é considerável.
Esses ecossistemas recebem denominações como: Floresta Ombrófila Densa, Floresta de Araucária ou Ombrófila mista, Campos de Altitude, Restingas e Manguezais. Na região norte de Santa Catarina ocorrem todos estes ecossistemas. Como há vários tipos de ecossistemas e subdivisões desses, as denominações podem variar de um texto para outro.



Notícia retirada do site: http://www.ra-bugio.org.br/index.php

Corais

Introdução

Coral ou antozoários são animais cnidários que constituem colônias e sobrevivem graças a simbiose entre as microalgas chamadas de zooxantelas presentes em seus pólipos que através da fotossíntese lhe fornecem energia em troca de abrigo/fixação.

Formam recifes de grandes dimensões que albergam um ecossistema com uma biodiversidade e produtividade extraordinárias.

O maior recife de coral vivo encontra-se na Grande Barreira de Coral, na costa da Queensland, Austrália. Ele também é considerado o maior indivíduo vivo da Terra. Porém, devido à poluição e aquecimento marinho, está morrendo. A maioria dos corais desenvolve-se em águas tropicais e subtropicais, mas podem encontrar-se pequenas colônias de coral até em águas frias, como ao largo da Noruega.

Os coloniais são os únicos corais que constroem recifes. Cada colônia é constituída por milhões de pequenos pólipos de coral, em que cada um segrega um fino esqueleto de carbonato de cálcio à sua volta.

O resultado é uma estrutura maciça de carbonato de cálcio, resultante da sobreposição dos esqueletos das sucessivas gerações de pólipos. Os pólipos são semelhantes a anémonas minúsculas e, tal como estas, possuem tentáculos armados de nematocistos, que usam para se defenderem e alimentarem.

Podem reproduzir-se assexuadamente, contribuindo para o aumento do tamanho e para a continuidade da colónia, ou sexuadamente, dando origem a novas colónias.

Recifes de coral

Os recifes de coral são, provavelmente, as comunidades bentónicas mais ricas e complexas dos oceanos.

Formaram-se ao longo de milhões de anos, a partir da deposição do carbonato de cálcio proveniente dos esqueletos de corais, e estão entre as comunidades marinhas mais antigas que se conhece - a sua história remonta há 500 milhões de anos atrás.

Em termos de biodiversidade, só são ultrapassados pelas florestas tropicais húmidas em terra - estima-se que um único recife de coral pode albergar, pelo menos, 3.000 espécies de animais.

Apesar de ocuparem menos de um por cento da área total dos oceanos, 25 por cento de todas as espécies de peixes existentes só se encontram nos recifes de coral!

Aqui, também se encontram representados quase todos os filos e classes conhecidos. A abundância de vida e o grande número de espécies, devem-se às condições únicas de protecção e alimento que os recifes lhes proporcionam.

Tipos de recifes de coral.

Os recifes de coral podem ser continentais ou oceânicos. Os primeiros crescem nas margens continentais, enquanto os segundos surgem em pleno oceano, geralmente associados a montanhas submarinas.

Dentro destas duas classes, existem três tipos de recifes: em franja, de barreira ou atóis (ver Oceano Pacífico). A maior barreira de coral é a Grande Barreira de Coral (Oceano Pacífico).

Biologia dos corais

Os corais são os membros da classe Anthozoa que constroem um "exoesqueletos" que pode ser de matéria orgânica ou de carbonato de cálcio.

Quase todos os antozoários formam colônias, que podem chegar a tamanhos consideráveis (os recifes), mas existem muitas espécies em que os pólipos vivem solitários.

Os pólipos têm a forma de um saco (o celêntero) e uma coroa de tentáculos com cnidócitos (células urticantes) na abertura, que se chama arquêntero. Os antozoários não têm verdadeiros sistemas de órgãos: nem sistema digestivo nem sistema circulatório, nem sistema excretor, uma vez que todas as trocas de gases e fluidos se dão no celêntero, uma vez que a água entra e sai do corpo do animal através de correntes provocadas pelos tentáculos.

No entanto, esta classe de celenterados tem algumas particularidades na sua anatomia:

  • Uma faringe, denominada neste grupo actinofaringe que liga a “boca” ao celêntero e que, muitas vezes, contem divertículos chamados sifonoglifos, com células flageladas, em posições diametralmente opostas, dando à anatomia do pólipo uma simetria bilateral.

  • Os mesentérios - um conjunto de filamentos radiais que unem a faringe à parede do pólipo.
O grupo inclui os importantes construtores de recifes conhecidos como corais hermatípicos ou SPS, encontrados nos oceanos tropicais. Os últimos encontrados, são conhecidos como corais de pedra ou LPS, visto que o tecido vivo que cobre o esqueleto é composto de carbonato de cálcio. Além destes existem os corais denominados SOFTS ou corais moles, já que sua estrutura é inteiramente formada de tecido, sem a presença do esqueleto em carbonato de cálcio.
Sob condições adversas, os corais zooxantelados expelem parte ou todas as suas algas. Com a perda das algas pigmentadas, o esqueleto calcário branco é então, visível através do tecido transparente, e é dito que o coral sofre branqueamento. Os estresses causadores do branqueamento podem ser sub ou sobreiluminação, excesso de exposição a UV, flutuação de salinidade e baixas ou altas temperaturas.Em razão de muitos corais zooxantelados viverem a temperaturas da água perto do limite superior letal, uma elevação de temperatura de apenas 1º C pode ser suficiente para induzir o branqueamento. Episódios extensos de branqueamento de corais, registrados nos últimos 20 anos, podem ser ligados ao efeito estufa. A perda de zooxantelas de um coral, porém, não é sempre completa, e não resulta sempre na mortalidade do coral, especialmente se o período de tensão ambiental não for prolongado.

Distribuição

A distribuição dos recifes de coral está directamente relacionada com a temperatura, intensidade luminosa, profundidade, nutrientes em suspensão e correntes.

As condições favoráveis ao crescimento dos corais que constroem recifes, limitam-se às latitudes entre 30º norte e 30º sul - mesmo aqui, existem excepções.

Temperatura

Os maiores recifes de coral encontram-se em regiões onde a temperatura varia entre os 25ºC e os 30ºC e raramente desce abaixo dos 20ºC.

Por este motivo, são raros os recifes nas costas oeste de África e da América do Sul, onde o upwelling costeiro é responsável pelo arrefecimento da água.

Intensidade luminosa e profundidade

Muitos corais vivem em simbiose com algas microscópicas presentes nos seus tecidos e, por isso, a intensidade luminosa é um factor determinante para a sua distribuição.

A maior parte das espécies de corais encontram-se em águas límpidas até aos 30 m de profundidade. A partir daqui o seu número vai diminuindo, desaparecendo quase totalmente aos 100 m.

Nutrientes em suspensão

Os recifes de coral desenvolvem-se melhor em águas pobres em nutrientes, pois estas são mais límpidas e permitem a melhor penetração da luz. Por outro lado, estas condições não favorecem o crescimento de macroalgas, que poderiam competir com os corais pelo espaço e luz.

Alguns nutrientes, como os fosfatos, são particularmente nocivos para estes organismos, pois impedem a formação do seu esqueleto. Os nutrientes em suspensão são de tal modo importantes, que nas zonas tropicais da costa Este da América do Sul influenciadas por grandes rios como o Amazonas e Orinoco, não há recifes de coral.

Correntes

A circulação da água é importante para funções vitais dos corais, como a alimentação, respiração e formação do esqueleto.

Contudo, a resistência às correntes e ao impacto das ondas varia de espécie para espécie. Nas faces expostas dos recifes, encontramos corais mais robustos e cuja forma dissipa a energia das correntes. Os corais mais frágeis, povoam lagoas e outros locais resguardados.

Corais e zooxantelas

Os corais responsáveis pela formação dos recifes vivem em simbiose com microalgas, presentes nos seus tecidos e denominadas zooxantelas. Esta relação é benéfica para ambos os organismos.

Os corais obtêm substâncias nutritivas produzidas pelas zooxantelas, que também contribuem para a deposição de carbonato de cálcio no seu esqueleto. Os pigmentos coloridos das algas fornecem, também, protecção contra os raios ultra-violeta!

As algas obtêm protecção e utilizam produtos de excreção (dióxido de carbono, amónia, nitratos, fosfatos) dos seus hospedeiros, para realizarem fotossíntese e outros processos metabólicos.

Desta forma, as zooxantelas são importantes para o crescimento dos recifes de coral, pois são responsáveis pela nutrição, remoção de sub-produtos do metabolismo e pela formação dos esqueletos dos corais.

Assim, a luz torna-se um factor extremamente essencial à sobrevivência e crescimento destes corais.Comparativamente, os corais que possuem zooxantelas crescem mais depressa do que os que não as possuem.

Alimentação

De uma maneira geral, os corais podem alimentar-se de matéria orgânica dissolvida na água, microorganismos e plâncton. Este último caso observa-se em espécies com pólipos de grandes dimensões e, principalmente, nas que não têm zooxantelas.

Em defesa do seu território

Apesar de não se deslocarem, os corais desenvolveram mecanismos eficazes de defesa e de competição pelo espaço. Para se defenderem de agressores, incluindo outros corais, libertam substâncias tóxicas para água ou utilizam os nematocistos.

A competição pelo espaço depende em grande parte da velocidade a que o coral cresce - quanto mais depressa crescer, mais sucesso poderá ter na conquista de espaço.

Classificação científica

Reino: Animalia

Sub-reino: Metazoa

Filo: Cnidaria

Classe: Anthozoa

Subclasses e ordens:

Subclasse Alcyonaria (=Octocorallia)Ordem Alcyonacea

Ordem Gorgonacea

Ordem Helioporacea

Ordem Pennatulacea

Ordem Stolonifera

Ordem Telestacea

Subclasse Zoantharia (=Hexacorallia)

Ordem Actiniaria

Ordem Antipatharia

Ordem Ceriantharia

Ordem Corallimorpharia

Ordem Ptychodactiaria

Ordem Rugosa

Ordem Scleractinia

Ordem Zoanthidea

Ligações externas

· International Coral Reef Information Network

· IPAq - Instituto de Pesquisas em Aqüicultura e Aquariologia


Maiores informações:
 
Texto de autoria de:
Leonardo Duarte
Felippe Luna
 

Baixe o arquivo em PDF aqui: Corais

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Cursos para o Mercado de Trabalho

ES: pinguins são resgatados em praias de Vila Velha

Mais dois pinguins foram encontrados nas prais de Vila Velha, no litoral capixaba (ES). As aves foram estavam, neste domingo, nas praias da Ponta da Fruta e Praia da Costa. Os animais foram resgatados pelo Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes). Eles estavam debilitados, estressados, um deles coberto de óleo e com sinais de hipotermia.
As aves foram levadas para o Instituto Orca, que funciona na Praia da Costa. No local, os pinguins recebem tratamento e ficam em observação, sob o cuidado de veterinários. Em uma segunda fase da recuperação, os dois vão ser integrados ao grupo de pinguins salvos pelo Centro.
O diretor do Instituto Orca, Lupércio Barbosa, levou 12 pinguins para uma piscina no balneário de Guarapari. Os pinguins já haviam sido tratados no órgão. No local outras 32 aves já estão se recuperando.
"Quando começa a frente fria, eles vêm com força para o litoral. O mês de setembro é a época mais crítica, quando aparece o maior número de pinguins perdidos. Esse deslocamento acontece praticamente todos os anos.
Mas a interferência do homem faz aumentar a temperatura nas águas e eles ficam sem alimentos na região da Antártida. Então eles se deslocam para procurar sardinha no sul do Brasil, mas também não acham. Então ficam debilitados e ao sabor das correntes marítimas", explicou Lupércio.
Em 2008 as aves continuaram aparecendo no litoral do ES até os meses de outubro e novembro.



Brasil tem recorde de baleias jubartes encalhadas em 2010

A onda de encalhes de baleias no litoral brasileiro motiva uma investigação dos órgãos que se dedicam a acompanhar as espécies na costa. Institutos como o Baleia Jubarte, na Bahia, e a Área de Proteção Ambiental (Apa) da Baleia Franca, em Santa Catarina, investigam as possíveis causas. Desde o início do ano, foram ao menos 50 casos envolvendo apenas a espécie Jubarte. O recorde anterior foi registrado em 2007, com 41 encalhes.
O coordenador de pesquisa do Baleia Jubarte, Milton Marcondes, afirma que o aumento na população dos animais pode ser uma explicação para a onda de encalhes. Estima-se que a população atual de Jubartes no litoral seja de 9.300 e que o crescimento anual gire em torno de 7% (o APA estima o crescimento anual de baleias Franca em 8% a 10%).
Filhotes são a maioria entre os encalhes
A densidade dos mamíferos os torna mais propensos a morrer de causas naturais, choque contra embarcações ou ainda feridos por redes de pesca. Outra hipótese é que haja um grande número de jovens perdidos das mães na costa - filhotes são mais suscetíveis a erros como entrar na arrebentação e não conseguir sair. De acordo com um estudo do instituto feito a partir de 2002, o percentual de filhotes entre o total de animais encalhados fica em torno de 60%.
Outra hipótese em estudo é que o principal alimento da baleia, o Krill (uma espécie de camarão minúsculo) é bastante sujeito a mudanças climáticas e pode ter ficado mais raro nos últimos anos. Finalmente, pode ainda haver um crescimento nas doenças e até o surgimento de um vírus ou bactéria novos que estejam vitimando os animais. "Quando conseguimos terminar de investigar uma ocorrência surge outra. Precisei contratar um veterinário temporário para ajudar", disse Marcondes.
Marcondes diz que uma onda semelhante de encalhes foi observada na Austrália, em 2009, e uma das intenções do instituto é determinar se existe ligação entre o fenômeno australiano e o brasileiro. O trabalho de análise do corpo das baleias inclui a coleta de material para a medição da camada de gordura. A partir disso, é possível determinar se o animal estava desnutrido ou teria outro problema de saúde.
A análise clínica inclui ainda a coleta de amostras dos tecidos, sangue, ossos e fezes, que são levados para laboratório. Caso as condições do local sejam adequadas, em praia mais isolada e livre de curiosos, pode ser realizada inclusive uma necropsia completa do animal, com análise profundada dos órgãos internos. "É como montar um quebra-cabeças, com a diferença de que não temos a imagem da capa para nos orientar e não sabemos ao certo que imagem sairá após a montagem", compara.

Morte natural
A titular do APA, Maria Elizabeth Carvalho da Rocha, lembra ainda que existe a possibilidade de que os animais, mesmo os que tenham sido encontrados ainda vivos, tenham chegado ao litoral justamente para morrer. "O animal pode mesmo ter sentido que o momento do fim estava chegando e chegou à costa para se recolher, como tantos outros bichos. Precisamos lidar com a morte como uma coisa natural e não extraordinária", diz.
A avaliação é feita com base nos últimos dois casos de encalhe de baleias vivas no litoral do Sul do País. No caso de Capão Novo, houve uma comoção de pessoas sensibilizadas com a situação da baleia encalhada. No entanto, não foi possível salvá-la após um segundo encalhe e ela acabou morrendo. "Desencalhar uma baleia é muito difícil, há que se fazer uma avaliação pragmática sobre a possibilidade de salvá-la porque na maioria das vezes isto não é possível", diz.





quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Félix Guattari

Psicanalista e filósofo, Pierre Félix Guattari nasceu em 1930, em Villeneuve-les-Sablons, uma vila perto de Paris. Foi militante político, escritor e psicanalista.

Abandonou os estudos em Farmácia após três anos de curso, após o que frequentou a licenciatura de Filosofia na Universidade da Sorbonne, em Paris, que interrompe passado pouco tempo. Concorre a cursos de Merleau-Ponty e de Bachelard e, como muitos jovens da sua época, sentia uma profunda admiração por Sartre.
Através do pensamento de Jacques Lacan, aproximou-se da obra freudiana e inicia a sua própria psicanálise com Lacan. É um dos primeiros "não médicos" que participa num seminário de Lacan. Entre outras coisas, esta experiência decide a sua formação como psicanalista. Anos depois integra-se na Escola Freudiana de Paris criada por Lacan e alcança o título de analista membro da escola. Participa do grupo até à sua dissolução, declarada pelo seu fundador em 1980.
Trabalhou durante 40 anos, desde a sua fundação em 1953, numa clínica psiquiátrica, a Clínica La Borde, com a colaboração de Jean Oury. A partir da sua incorporação como membro da equipa de animadores, desenvolve uma série de práticas e teorizações que são o início da chamada corrente de análise institucional. Pertencem a Guattari as noções de transversalidade, de analisador e de transferência institucional. A análise institucional é para Guattari uma implicação num processo molecular. Uma intervenção política que, através de um dispositivo analítico de enunciação, revela arestas duma constelação social.
A produção intelectual de Guattari é misturada com a sua militância politica. Marxista dissidente, concebe o pensamento como uma ferramenta de luta social. Faz militância em diferentes grupos de esquerda e em toda a sua produção respiram-se ares do Maio de 1968. Para Guattari, esse movimento (que caracteriza pela primera vez como uma revolução molecular) anuncia a possibilidade de outros modos de subjectivação política e de luta microssocial.
Guattari foi um pensador crítico da psicanálise, quase um revolucionário da psicanálise.
Em 1964, uns anos antes de iniciar a sua colaboração com Gilles Deleuze, Félix Guattari apresenta A Transversalidade, um trabalho em que afirma que toda a existência se conjuga em dimensões desejantes, políticas, económicas, sociais e históricas. Critica a redução desta multiplicidade e alerta contra a psicologização dos problemas sociais. Entende que os problemas psicopatológicos não se podem pensar fora do universo social.
Félix Guattari era profundamente optimista relativamente à vida associativa. Para ele, as associações têm que ter um papel de reinvenção da vida social e não funcionarem só como corrente de transmissão do Estado. A elas cabe transmitir um processo de desejo, de criatividade, implicando-se nas iniciativas sociais sobre o terreno, e experimentar formas de cooperação como vectores de duplo enriquecimento. Para Guattari, a reapropriação dos saberes passa pela utilização das novas tecnologias da inteligência, portadoras de transversalidade.
No seu livro Revolução Molecular, Guattari reflecte sobre a constituição da subjectividade dos indivíduos em meio à complexa situação contemporânea vinculada a uma "Terceira Revolução Industrial" em curso, onde a informatização, a robótica, a biotecnologia, as modificações na cadeia produtiva, a utilização da energia nuclear e solar, a tecnologia de materiais e os meios de comunicação de massa provocam complexas transformações económicas, sociais e culturais que não podem ser mais compreendidas sob o paradigma moderno da práxis. Estas transformações vão configurando uma situação bastante distinta da modernidade industrial, situação essa que é caracterizada por vários analistas como pós-industrial ou pós-moderna.
Guattari, juntamente com Deleuze, escreveu mais de 40 livros, sobre os mais variados e amplos aspectos da realidade (natural, social, subjectiva e tecnológica), abordados desde um ponto de vista simultaneamente transdisciplinário, ontológico, ético e estético, assim como com uma intensa vocação inventiva e transformadora. A sua proposta principal denomina-se esquizoanálise ou pragmática universal.
Esta teoria pode refundamentar inumeráveis práticas (filosóficas, pedagógicas, médicas, psicológicas, sociais, artísticas, etc.), sempre incluindo, prioritariamente, a dimensão política das mesmas. E critica a psicanálise nas suas implicações sobre o desejo e o inconsciente e fundamentalmente critica a teoria do Édipo e tudo aquilo que existe de reducionista na teoria freudiana. Entre outros, publicou O Anti-Édipo: Capitalismo e Esquizofrenia, juntamente com Deleuze, em 1972, A Revolução Molecular, em 1977, Psicanálise e Transversalidade, em 1972, Chaos-osmose, em 1992.

Morreu na noite de 29 de Agosto de 1992.


Michel Foucault

Michel Foucault nasceu em 1926 em Poitiers, no sul da França, numa rica família de médicos. Aos 20 anos foi estudar psicologia e filosofia na École Normale Superieure, em Paris, período de uma passagem relâmpago pelo Partido Comunista. Obteve o diploma em psicopatologia em 1952, passando a lecionar na Universidade de Lille. Dois anos depois, publicou o primeiro livro, Doença Mental e Personalidade. Em 1961, defendeu na Universidade Sorbonne a tese que deu origem ao livro A História da Loucura. Entre 1963 e 1977, integrou o conselho editorial da revista Critique. Em meados dos anos 1960, sua obra começou a repercutir fora dos círculos acadêmicos. Lecionou entre 1968 e 1969 na Universidade de Vincennes e em seguida assumiu a cadeira de História dos Sistemas de Pensamento no Collège de France, alternando intensas pesquisas com longos períodos no exterior. A partir dos anos 1970, militou no Grupo de Informações sobre Prisões. Entre suas principais obras estão História da Sexualidade e Vigiar e Punir.


Poucos pensadores da segunda metade do século 20 alcançaram repercussão tão rápida e ampla quanto o francês Michel Foucault (1926-1984). Por ter proposto abordagens inovadoras para entender as instituições e os sistemas de pensamento, a obra de Foucault tornou-se referência em uma grande abrangência de campos do conhecimento. Em seus estudos de investigação histórica, o filósofo tratou diretamente das escolas e das idéias pedagógicas na Idade Moderna. Em vez de tentar responder ou discutir as questões filosóficas tradicionais, Foucault desenvolveu critérios de questionamento e crítica ao modo como elas são encaradas. A primeira conseqüência desse procedimento é mostrar que categorias como razão, método científico e até mesmo a noção de homem não são eternas, mas vinculadas a sistemas circunscritos historicamente. Para ele, não há universalidade nem unidade nessas categorias e também não existe uma evolução histórica linear. O peso das circunstâncias não significa, no entanto, que o pensador identificasse mecanismos que determinam o curso dos fatos e os acontecimentos, como o positivismo e o marxismo.

O filósofo não acreditava que a dominação e o poder sejam originários de uma única fonte – como o Estado ou as classes dominantes –, mas que são exercidos em várias direções, cotidianamente, em escala múltipla (um de seus livros se intitula Microfísica do Poder). Esse exercício também não era necessariamente opressor, podendo estar a serviço, por exemplo, da criação. Foucault via na dinâmica entre diversas instituições e idéias uma teia complexa, em que não se pode falar do conhecimento como causa ou efeito de outros fenômenos.
A contestação e a revisão de conceitos operados por Foucault criaram a necessidade de refazer percursos históricos. Não é sobre os governos e as nações que ele concentra seus estudos, mas sobre os sistemas prisionais, a sexualidade, a loucura, a medicina etc.

Embora Foucault estivesse na Tunísia em maio de 1968, suas idéias estão profundamente ligadas à revolta estudantil ocorrida nas ruas de Paris naquele famoso mês. As manifestações antiautoritárias começaram em apoio aos alunos que haviam tomado a Universidade de Nanterre num protesto contra a reitoria. Esta reagiu fechando os portões do campus. Em pouco tempo as ruas da capital francesa estavam lotadas de estudantes, intelectuais e operários, unidos, entre outros lemas, pela defesa da "imaginação no poder". A movimentação não teve conseqüências práticas imediatas, mas anunciou diversas mudanças, principalmente no campo das idéias. Uma delas foi a substituição, na preferência dos jovens intelectuais, de pensadores ligados ao marxismo e ao existencialismo por uma geração aparentada com o espírito contestador de Foucault, liderada por nomes como Roland Barthes (1915-1980) e Gilles Deleuze(1925-1995). Por deslocar a noção de poder para uma dimensão múltipla e localizada, Foucault favoreceu um princípio político caro aos partidos alternativos do fim do século 20: o de que não é preciso revoluções para modificar a realidade, porque isso é possível de forma gradual no âmbito cotidiano.


Um pensador que nunca se deixa capturar por classificações...
Dizia ele: "Não me pergunte quem sou e não me diga para permanecer o mesmo". Um pensador engajado em um trabalho crítico de seu presente, de si mesmo, buscando, por meio da genealogia e da arqueologia, as rupturas e descontinuidades que engendram as imagens que temos de nós mesmos, dos outros e do mundo.

Foucault morreu de aids, em 1984.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Gilles Deleuze

Gilles Deleuze (1925-1995), filósofo francês, vinculado aos denominados movimentos pós-estruturalistas, categorizações que o próprio Deleuze questionava pelo que trazem, ainda, da visão e luta pelo idêntico. Suas teorias acerca da diferença e da singularidade nos desafiam a pensar em temas como rizoma, ontologia da experiência, a teoria do que fazemos, a virtualidade e a atualidade.


Deleuze, assim como Foucault, foi um dos estudiosos de Kant, mas tem em Bergson, Nietzsche e Espinosa, poderosas intersecções. Professor da Universidade de Paris VIII, Vincennes, Deleuze atualizou idéias como as de devir, acontecimentos, singularidades, enfim conceitos que nos impelem a transformar a nós mesmos, incitando-nos a produzir espaços de criação e de produção de acontecimentos-outros. Em sua vida, Deleuze fez tanto críticas ao marxismo como ao freudismo, ponderando-os como representantes de um ‘burocratismo fundamental’. Trata-se de uma filosofia do acontecimento, uma filosofia da multiplicidade, cujas bases rompem com a filosofia do sujeito, da consciência. Propõe lidar com a criação de conceitos e com a produção de acontecimentos que os atualizem no perpétuo jogo entre virtuais e atuais. Deleuze torce a concepção de desejo entrelaçado com as idéias de Nietzsche, de vontade de potência, inventando outros jeitos de ser, pensar e viver, intensamente atravessados por acontecimentos, intensidades nesses acontecimentos como experimentações. Trabalha esse acontecimento como uma processualidade da formação. A filosofia a que se propõe, que defende e buscou praticar é então constituída por três instâncias correlacionais: o plano de imanência que ela precisa traçar, os personagens filosóficos que ela precisa inventar e os conceitos que deve criar. Portanto, uma filosofia é examinada, em sua concepção, o que nos invoca dimensões de praticidade, de experimentação, um alento pelo que ela produz e pelos efeitos que causa. Os conceitos filosóficos são válidos na medida em que sejam verdadeiros, mas uma verdade regulada por interesses e importância. Falar de Deleuze é exercer, de antemão, algumas escolhas, saber que se estará operando em dobras, resultantes, efeitos e promotoras de outras dobras.
Ao tratar de Deleuze, lidamos com uma ética do acontecimento, em cuja internalidade se busca não o tempo constituído pela continuidade e eternidade, mas o aberto pelo intempestivo da atualidade, sem categorias fixas, pelo qual o sujeito torna-se diferente do que é, sendo ele mesmo. Desafia-nos, nessa linha, entre outras, à idéia de que a educação é rizomática, segmentada, fragmentária, não está preocupada com a instauração de nenhuma falsa totalidade. Não interessa criar modelos, propor caminhos, impor soluções. Importa fazer rizoma, conexões, trabalhando o "entre dois", entre as coisas, no intermezzo.
Ele nos propõe a produção imanente sem a mediação. Deleuze nos provoca com idéias de pensar e de criar conceitos, como dispositivos, ferramentas, algo que é inventado, criado, produzido, a partir das condições dadas e que opera no âmbito mesmo destas condições. O conceito é um dispositivo que faz pensar. Nossa prática, como intercessores, colocam-nos em condição de não se refugiar na "reflexão sobre", mas de operar, criar, experimentar, sem ser "agitando velhos conceitos estereotipados como esqueletos destinados a intimidar toda criação, (...) [não se contentando] em limpar, raspar os ossos" (Deleuze e Guattari, 1992, p. 109). Deixando emergir as multiplicidades, tais como conceitos e experimentações que se criam na frutífera parceria entre Deleuze e Guattari.
 
Principais obras:
 
BADIOU, Alain. Deleuze. O clamor do ser. Rio de Janeiro: Zahar, 1997.
BADIOU, Alain. Deleuze em quatro tópicos. PELBART, Peter Pàl; ROLNIK, Suely (ogs.). Cadernos de Subjetividade. Gilles Deleuze. São Paulo: Núcleo de Estudos e Pesquisas da Subjetividade. PPGPsicologia Clínica, PUCSP, junho 1996, p. 1-262.
DELEUZE, Gilles. Bergsonismo. São Paulo: Ed. 34, 1999.
DELEUZE, Gilles. Conversações. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1992.
DELEUZE, Gilles. Crítica e clínica. Rio de Janeiro: 34, 1997.
DELEUZE, Gilles. Kafka, por uma literatura menor. Rio de Janeiro: Imago, 1977.
DELEUZE, Gilles. Diferença e repetição. Rio de Janeiro: Graal, 1998.
DELEUZE, Gilles. Empirismo e subjetividade. São Paulo: 34, 2001.
DELEUZE, Gilles. Espinosa. Filosofia prática. São Paulo: Escuta, 2002.
DELEUZE, Gilles. Foucault. Lisboa: Veja, [1987].
DELEUZE, Gilles. Imagem-tempo. São Paulo: Brasiliense, 1990.
DELEUZE, Gilles e GUATTARI, Félix. O Anti-Édipo. Rio de Janeiro: Imago, 1976.
DELEUZE, Gilles e GUATTARI, Félix. O que é filosofia. Rio de Janeiro: 34, 1992.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs. Ano zero. Rostidade. Volume III. Rio de Janeiro: 34, 1996.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs. Introdução: Rizoma. Volume I, Rio de Janeiro: Ed. 34, 1995.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs. Postulados da Lingüística. Volume II. Rio de Janeiro: 34, 1995
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs. Devir-Intenso, Devir-Animal, Devir-Imperceptível. Volume IV. Rio de Janeiro: 34, 1995.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs. Tratado de nomadologia: a máquina de guerra. Volume V. Rio de Janeiro: 34, 1995.
DELEUZE, Gilles & PARNET, Claire. Diálogos. São Paulo: Escuta, 1998.
GALLO, Silvio. Deleuze e a educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.
GUALANDI, Deleuze. São Paulo: Estação Liberdade, 2003.
LARROSA, Jorge. Nietzsche e a educação. Belo Horizonte, Autêntica, 2002.

Maio de 68

Maio de 1968 faz 40 anos. Tornou-se uma data mítica que se inscreveu na história para sempre, lembrando, de forma radical a rebeldia e o inconformismo. Naqueles dias febris de 68, as velhas e sólidas instituições foram derrubadas e os jovens, com uma imaginação prodigiosa, sacudiram inteiramente a sociedade, que vacilou de alto a baixo. Parecia, para quem viveu aquele tempo que um novo mundo estava nascendo. Este movimento de maio, porém, não estava ancorado em uma única idéia motriz, como, por exemplo, a Revolução de Outubro na Rússia de 1917 que tinha no marxismo a sua direção principal. Maio tinha várias idéias que, entretanto, tinham em comum a aspiração para uma liberdade sem limites, uma total oposição às formas sociais dominantes.
Isto, porém, não quer dizer que o movimento de maio, que deixou em pânico os conservadores de todos os matizes, não fosse influenciado desta ou daquela forma por alguns pensadores marcantes da segunda metade do Século XX. Jean-Paul Sartre foi um deles. Sua ousada e brilhante renovação do marxismo, que culminou na imponente Crítica da Razão Dialética, influenciou centenas de jovens nas universidades francesas com conceitos novos como a "serialidade", o "prático-inerte", o "grupo em fusão". Sua companheira, Simone de Beauvoir, foi essencial para proporcionar uma base teórica ao feminismo - fundamental no movimento de maio - com sua célebre obra O Segundo Sexo.
Outros filósofos fundamentais daqueles anos foram Michel Foucault, Herbert Marcuse, Cornelius Castoriadis, Guy Debord, sem esquecer as correntes maoístas e trotskistas. Rosa Luxemburg estava de volta e seu retrato ganhava destaque nas imponentes passeatas que ocorriam praticamente todos os dias. Foucault colocava no centro de seu trabalho o que ele denominava a "microfísica do poder". Outro que não pode ser ignorado é Louis Althusser, que fazia uma nova leitura de Marx e O Capital. Marcuse foi o pioneiro a salientar a integração da classe operária ao sistema, percebendo a importância dos deserdados, das mulheres, das minorias e dos jovens. Guy Debord, criador do grupúsculo "Internacional Situacionista", é o autor do hoje clássico livro A Sociedade do Espetáculo, que sintetiza com perfeição as críticas dos jovens rebeldes à sociedade de consumo.
Cornelius Castoriadis é outra influência decisiva. Assinando seus textos radicais como Pierre Chalieu ou Paul Cardan, ele e seu pequeno grupo de companheiros, lançou a revista "Socialismo ou Barbárie". Publicada pela primeira vez no final dos anos 40, a revista antecipava, em cada edição, o maio de 1968. A revolta estudantil foi espontânea, mas também foi contemporânea de uma das mais ricas etapas do pensamento europeu.

História da Educação - Período Moderno

Surge no século XVII;

Separação entre a igreja católica e o estado;
Principais pensadores: Pestalozzi, Herbat e Froebel;
Consolidação da burguesia.

Duas instituições educativas, em particular, sofreram uma profunda redefinição e reorganização na Modernidade: a família e a escola, que se tornaram cada vez mais centrais na experiência formativa dos indivíduos e na própria reprodução (cultural, ideológica e profissional) da sociedade. As duas instituições chegaram a cobrir todo o arco da infância – adolescência, como “locais” destinados à formação das jovens gerações, segundo um modelo socialmente aprovado e definido.

A família, objeto de uma retomada como núcleo de afetos e animada pelo “sentimento da infância”, que fazia cada vez mais da criança o centro-motor da vida familiar, elaborava um sistema de cuidados e de controles da mesma criança, que tendiam a conformá-la a um ideal, mas também a valorizá-la como mito, um mito de espontaneidade e de inocência, embora às vezes obscurecido por crueldade, agressividade etc. Os pais não se contentavam mais em apenas pôr filhos no mundo. A moral da época impõe que se dê a todos os filhos, não só ao primogênito, e no fim dos anos seiscentos também as filhas, uma preparação para a vida. A tarefa de assegurar tal afirmação é atribuída à escola.
Ao lado da família, à escola: uma escola que instruía e que formava que ensinava conhecimentos, mas também comportamentos, que se articulava em torno da didática, da racionalização da aprendizagem dos diversos saberes, e em torno da disciplina, da conformação programada e das práticas repressivas (constritivas, mas por isso produtoras de novos comportamentos). Mas, sobretudo, uma escola que reorganizava suas próprias finalidades e seus meios específicos. Uma escola não mais sem graduação na qual se ensinavam as mesmas coisas a todos e segundo processos de tipo adulto, não mais caracterizada pela “promiscuidade das diversas idades” e, portanto, por uma forte incapacidade educativa, por uma rebeldia endêmica por causa da ação dos maiores sobre os menores e , ainda, marcadas pela “liberdade dos estudantes”, sem disciplina interna e externa. Com a instituição do colégio (no século XVI), porém, teve início um processo de reorganização disciplinar da escola e de racionalização e controle de ensino, através da elaboração de métodos de ensino/educação – o mais célebre foi a Ratio studiorum dos jesuítas – que fixavam um programa minucioso de estudo e de comportamento, o qual tinha ao centro a disciplina, o internato e as “classes de idade”, além da graduação do ensino/aprendizagem.
Também é dessa época a descoberta da disciplina: uma disciplina constante e orgânica, muito diferente da violência e autoridade não respeitada. A disciplina escolar teve raízes na disciplina religiosa; era menos instrumento de exercício que de aperfeiçoamento moral e espiritual, era buscada pela sua eficácia, como condição necessária do trabalho em comum, mas também por seu valor próprio de edificação. Enfim, a escola ritualizava o momento do exame atribuindo-lhe o papel crucial no trabalho escolar. O exame era o momento em que o sujeito era submetido ao controle máximo, mas de modo impessoal: mediante o controle do seu saber. Na realidade, o exame agia, sobretudo como instrumento disciplinar, de controle do sujeito, como instrumento de conformação.

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História da Educação - Período do Renascimento

Conhecida como o século das luzes;
Interesse pela educação grega e romana;
Privilégio aos que detinham o poder;
Principais pensadores: João Amós Comennius e Jean Jackes Rousseau.

O Renascimento começou na Itália, no século XIV, e difundiu-se por toda a Europa, durante os séculos XV e XVI. Foi um período da história européia marcado por um renovado interesse pelo passado greco-romano clássico, especialmente pela sua arte.

Para se lançar ao conhecimento do mundo e às coisas do homem, o movimento renascentista elegia a razão como a principal forma pela qual o conhecimento seria alcançado.
O renascimento deu grande privilégio à matemática e às ciências da natureza. A exatidão do cálculo chegou até mesmo a influenciar o projeto estético dos artistas desse período. Desenvolvendo novas técnicas de proporção e perspectiva, a pintura e a escultura renascentista pretendiam se aproximar ao máximo da realidade. Em conseqüência disso, a riqueza de detalhes e a reprodução fiel do corpo humano formavam alguns dos elementos correntes nas obras do Renascimento.
O Humanismo* representou tendência semelhante no campo da ciência. O renascimento confrontou importantes conceitos elaborados pelo pensamento medieval. No campo da astronomia, a teoria heliocêntrica, onde o Sol ocupa o centro do Universo, se contrapunha à antiga idéia cristã que defendia que a Terra se encontrava no centro do cosmos. Novos estudos de anatomia também ampliaram as noções do saber médico dessa época.
Os humanistas eram homens letrados profissionais, normalmente provenientes da burguesia ou do clero que, por meio de suas obras, exerceram grande influência sobre toda a sociedade; rejeitavam os valores e a maneira de ser da Idade Média e foram responsáveis por conduzir modificações nos métodos de ensino, desenvolvendo a análise e a crítica na investigação científica.

*Humanismo: O Humanismo é um movimento filosófico surgido no século XV dentro das transformações culturais, sociais, políticas, religiosas e econômicas desencadeadas pelo Renascimento.


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História da Educação - Período Medieval

Ponto de início: doutrina da igreja católica;

Conhecido como o século das trevas
Educação conservadora;
Criticava a educação grega (liberal) e romana (prática);
Fundação da Companhia de Jesus (jesuítas).

No período medieval a educação era desenvolvida em estreita simbiose com a Igreja, com a fé cristã e com as instituições eclesiásticas que – enquanto acolhiam os oratores (os especialistas da palavra, os sapientes, os cultos, distintos dos bellatores e dos laboratores) – eram as únicas delegadas (com as corporações no plano profissional) a educar, a formar, a conformar. Da Igreja partiram os modelos educativos e as práticas de formação, organizavam-se as instituições ad hoc e programavam-se as intervenções, como também nela se discutiam tanto as práticas como os modelos. Práticas e modelos para o povo, práticas e modelos para as classes altas, uma vez que era típico também da Idade Média o dualismo social das teorias e das práxis educativas, como tinha sido no mundo antigo.


Também a escola, como nós conhecemos, é um produto da Idade Média. A sua estrutura ligada à presença de um professor que ensina a muitos alunos de diversas procedências e que deve responder pela sua atividade à Igreja ou a outro poder (seja ele local ou não); as suas práticas ligadas à lectio e aos auctores, a discussão, ao exercício, ao comentário, à argüição etc.; as suas práxis disciplinares (prêmios e castigos) e avaliativas vêm daquela época e da organização dos estudos nas escolas monásticas e nas catedrais e, sobretudo nas universidades. Vêm de lá também alguns conteúdos culturais da escola moderna e até mesmo da contemporânea: o papel do latim; o ensino gramatical e retórico da língua; a imagem da filosofia, como lógica e metafísica.

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História da Educação - Período Romano

O texto - base da educação romana, como atesta Cícero, foi por muito tempo o das Doze tábuas, fixado em 451 a.C., no bronze e exposto publicamente no fórum, para que todos pudessem vê-lo. Nelas, sublinhava-se o valor da tradição (o espírito, os costumes, a disciplina dos pais) e delineava-se um código civil, baseado na pátria potestas e caracterizado por formas de relação social típicas de uma sociedade agrícola atrasada. Como modelo educativo, as tábuas fixavam à dignidade, a coragem, a firmeza como valores máximos, ao lado, porém, da pietas e da parcimônia.

A educação na Roma arcaica teve, sobretudo, caráter prático, familiar e civil, destinada a formar em particular o civis romanus, superior aos outros povos pela consciência do direito como fundamento da própria “romanidade”. Os civis romanus era, porém, formado antes de tudo em família pelo papel central do pai, mas também da mãe, por sua vez menos submissa e menos marginal na vida da família em comparação com a Grécia. A mulher em Roma era valorizada como mater famílias, portanto reconhecida como sujeito educativo, que controlava a educação dos filhos, confiando-os a pedagogos e mestres. Diferente, entretanto, é o papel do pai, cuja auctoritas, destinada a formar o futuro cidadão, é colocada no centro da vida familiar e por ele exercida com dureza, abarcando cada aspecto da vida do filho (desde a moral até os estudos, as letras, a vida social). Para as mulheres, porém, a educação era voltada a preparar seu papel de esposas e mães, mesmo se depois, gradativamente, a mulher tenha conquistado maior autonomia na sociedade romana. O ideal romano da mulher, fiel e operosa, atribui a ela, porém, um papel familiar e educativo.

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História da Educação no Período Grego

É o berço da civilização, tendo como seus principais representantes: Sócrates, Aristóteles e Platão;
Tem como princípio o desenvolvimento individual do ser humano;
Preparação para o desenvolvimento intelectual da personalidade e a cidadania;
Ideais pautados na liberdade política e moral e no desenvolvimento intelectual.

A educação grega era centrada na formação integral do indivíduo. Quando não existia a escrita, a educação era ministrada pela própria família, conforme a tradição religiosa. A transmissão da cultura grega se dava também, através das inúmeras atividades coletivas (festivais, banquetes, reuniões). A escola ainda permanecia elitizada, atendendo aos jovens de famílias tradicionais da antiga nobreza ou dos comerciantes enriquecidos. O ensino das letras e dos cálculos demorou um pouco mais para se difundir, já que nas escolas a formação era mais esportiva que intelectual.

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Algas Marinhas

O Brasil guarda debaixo d’água um reservatório valioso para o fornecimento de produtos como medicamentos, combustíveis e até mesmo um filtro solar natural de ótimo desempenho.São as algas marinhas, cujo potencial muito além dos sushis foi destacado pelo professor Pio Colepicolo Neto, do Departamento de Bioquímica do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ-USP), no Workshop sobre biodiversidade marinha: avanços recentes em bioprospecção, biogeografia e filogeografia, realizado pelo Programa Biota-FAPESP, na sede da Fundação.Segundo o cientista, já se sabe que as algas marinhas desempenham uma função fundamental no ambiente: elas respondem por cerca da metade do oxigênio liberado na atmosfera; delas saem o dimetil sulfeto, principal gás responsável pela formação de nuvens; são biorremediadoras de águas poluídas; e podem ser utilizadas como um biomarcador de poluição.
Colepicolo também mostrou que as algas podem ser fornecedoras de compostos únicos e extremamente complexos.Outro grande potencial das micro e macroalgas marinhas é fornecer o princípio ativo para protetores solares naturais. Há cinco anos, em um outro projeto apoiado pela FAPESP sob a coordenação de Colepicolo, o grupo de pesquisa isolou de macroalgas da costa brasileira as micosporinas (MAA), substâncias químicas de baixo peso molecular, com alta capacidade de absorver radiação ultravioleta (UV). Por ficarem mais expostas ao sol, as algas tropicais são as que mais apresentam substâncias resistentes aos raios UV. Esses protetores solares naturais das algas são particularmente importantes para os biomas marinhos, pois também fornecem proteção solar a outros organismos como peixes, moluscos, zooplâncton e corais.
O fenômeno do branqueamento de corais é causado pela ausência desses protetores naturais fornecidos pelas algas. A ausência das algas que vivem em simbiose com os corais os deixam expostos à radiação. Com isso, eles acabam sofrendo a ação direta dos raios UV, perdem coloração e morrem. Ambientalmente, esse efeito é extremamente danoso, pois perdem-se componentes importantes do equilíbrio ecológico marinho.
Mais informações: www2.iq.usp.br/docente/piocolep

Aquário de São Paulo

O Aquário de São Paulo, que antes contava apenas com tanques de água doce, agora também contempla espécies que vivem nos mares. Depois de dois anos de existência, o maior oceanário da América Latina passou por uma reestruturação. O complexo é uma boa opção para os interessados em conhecer na prática a realidade de diversos ecossistemas aquáticos nacionais e mundiais. O Aquário de São Paulo reproduz o mundo das águas em mais 3.000m². É composto de tanques, aquários, aqua-terrários, lagos, painéis descritivos e ferramentas educacionais. Há uma área destinada aos tanques de água doce. Ao entrar nesse espaço, o visitante tem a sensação de estar em uma floresta nacional. É possível ver mais de 250 espécies que vivem no Rio Tietê, Pantanal, na Selva Brasileira e na Amazônia. Existem Lagartos, Sucuris, Iguanas, Pirarucus, Tambaquis, Jibóias e até Jacarés Albinos. O ambiente também conta com outras atrações. Entre elas, um viveiro de aves, um cinema 3-D, um museu de fósseis e uma exposição de bonecos de dinossauros em tamanhos naturais que se movem e emitem som. Além disso, há um espaço reservado para a reprodução da Estação Polar Brasileira, onde o público pode ver alguns pingüins.






sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Curso de Psicoterapia Breve Psicanalítica

Instituto Aqualung - Dia Mundial de Limpeza

O Instituto Aqualung realizará, no dia 18 de setembro, uma ação de limpeza de praias pelo Dia Mundial de Limpeza.

No estado do Rio de Janeiro, o mutirão estará nas praias de Botafogo, Copacabana, Ipanema, Leblon, São Conrado, Barra da Tijuca, Recreio, Grumari, Sepetiba, Itacoatiara, Cabo Frio, Saquarema e Ilha de Paquetá.
A ação será de 10 às 13h.

Mais informações: http://www.agenciario.com/

Flora Brasileira

A Lista de Espécies da Flora do Brasil está disponível para acesso pela internet, com informações sobre mais de 40 mil espécies da flora brasileira, divididas em angiospermas, algas, briófitas, pteridófitas, gimnospermas e 3,6 mil fungos.

A lista é resultado do trabalho de cerca de 400 taxonomistas de instituições de pesquisa brasileiros e está inserida nas metas da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB), que compreende, entre seus compromissos, a implementação da Estratégia Global para a Conservação de Plantas (GSPC).
A GSPC tem o objetivo de facilitar o consenso e a sinergia nos níveis global, nacional, regional e local para impulsionar o conhecimento e a conservação de plantas.
Das 16 metas estabelecidas pela GSPC, a primeira é a elaboração de uma “lista funcional amplamente acessível das espécies conhecidas de plantas de cada país, como um passo para a elaboração de uma lista completa da flora mundial”.
A elaboração da lista foi coordenada pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro, em parceria com o Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). O sistema de informação foi desenvolvido pelo Centro de Referência em Informação Ambiental (Cria).
A intenção é que a lista seja atualizada periodicamente para incluir novas espécies e mudanças taxonômicas.
A estimativa dos organizadores é que a lista seja transformada em livro para ser lançado no 61º Congresso Nacional de Botânica, que ocorrerá de 5 a 10 de setembro, em Manaus.

Esporte

O Projeto Grael está criando novas turmas para iniciação esportiva, iniciação profissionalizante e educação complementar na área de esportes náuticos. Serão oferecidas 14 vagas na sede do projeto, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

As vagas vão beneficiar desde crianças a partir de nove anos a jovens com até 24 anos de idade. A condição básica para a inscrição é que estejam cursando ou já tenham concluído o ensino médio em escola pública. Os cursos duram um ano e estão formatados para acompanhar o calendário escolar.
São oferecidos cursos de Iniciação Esportiva (natação de segurança, para navegação) e navegação em duas classes de veleiro (Optmist e Dingue); Iniciação Profissionalizante, voltado exclusivamente para formação de mão de obra na área náutica e Educação Complementar, visando ampliação da formação dos alunos, com foco na preservação do meio ambiente.
A vela é um esporte que oferece um grande potencial educativo e de suporte na formação geral do jovem, contribui para a autoconfiança, a disciplina, o desenvolvimento da liderança e o sentido de equipe. É um esporte de estratégia e de decisão, características potencializadas pelo programa do Projeto Grael, de forma a se constituírem em ensinamentos referenciais para a vida profissional e social do jovem. Desenvolve no praticante o senso de oportunidade e risco, de desafio e limite, além do respeito às adversidades. Estimula o interesse pela tecnologia, pela física, pela matemática, e essa potencialidade auxilia a compreensão e o aprendizado na escola formal.
É um esporte que promove o interesse e a sensibilidade para os temas ambientais, pois ao aprender a velejar, desenvolve-se a percepção de fenômenos e atributos da natureza, adquirindo-se a sensibilidade para compreender: as correntes e marés, rajadas de vento e suas variações, formação de nuvens etc. Além disso, a vela e a náutica oferecem oportunidades de trabalho e renda em um mercado crescente. O Projeto Grael procura oferecer aos seus participantes oportunidades em todas essas dimensões.
Para fazer a matrícula são necessários os seguintes documentos: atestado de matrícula ou de conclusão do Ensino Médio em escola pública; atestado médico para práticas esportivas; uma foto 3x4 recente; cópia da identidade ou da certidão de nascimento (para menores de 18 anos); cópia da carteira de identidade do responsável (para menores de 18 anos); cópia da carteira de identidade e do CPF (para maiores de 18 anos).
As matrículas podem ser feitas de segunda a sexta-feira, das 8h00 às 17h00, na sede do Projeto Grael, na Avenida Carlos Ermelindo Marins, 494 – Jurujuba, Niterói/RJ. Mais informações: (21) 2711-9875. secretaria@projetograel.org.br.